Bibiano viveu o período mais glamoroso de sua vida ao abrir um ateliê próximo ao Teatro do Parque, na Rua do Hospício, região mais sofisticada de Recife onde também passou a morar.
Quem passasse frente ao número 71, poderia vê-lo através de uma porta de vidro, como numa vitrine, em seus movimentos com suas esculturas em plena produção. Com grande sucesso, as exibições de suas obras resultaram em uma alta demanda de pedidos, levando-o a expandir seu ateliê por meio da contratação de funcionários e acolhimento de aprendizes. Ele não se limitava apenas à escultura em pedra-sabão, mas também explorava o granito e mármore, elevando sua oficina a mais de setenta máquinas.
Revelando o seu lado empreendedor e técnico, Bibiano Silva criou no Recife uma marmoraria destinada ao trabalho em escala, o que gerou
emprego para jovens aprendizes na produção de bustos e lápides para conjuntos escultóricos tumulares. Uniam-se aí artes e ofícios, ateliê e oficina, para gerar o produto final da obra escultórica; ele seguia firme os passos do mestre mexicano Bernardelli.
Embora fiel ao estilo clássico, Bibiano participava ativamente das discussões sobre arte e defendia a importância da formação acadêmica para lapidar dotes artísticos. Ele reconheceu que havia uma área a mais para os profissionais da arte surgindo e, diante do crescente número de aprendizes em seu ateliê, decidiu dedicar-se também ao magistério.
No Recife, Bibiano exerceu o magistério na Escola de Belas Artes, na Escola Técnica do Recife e no Liceu de Artes e Ofícios. No Rio de Janeiro lecionou na Escola Secundária Técnica Profissional de Bento Ribeiro. Em 1950, aos 61 anos, ele retornou ao Recife onde retomou seu posto como professor da Escola de Artes, agora da Universidade Federal do Recife.
Comprometido com a luta por uma educação artística de qualidade, professor, empreendedor e artista, Bibiano Silva amava a beleza e buscou na vida a perfeição da forma.